Hoje o limite entre o público e o privado é tão tênue que é preciso ter cuidado. Um simples post no Twitter ou Facebook pode cancelar uma viagem ou até provocar uma prisão.
Com as informações pessoais cada vez mais expostas, internautas têm enfrentado problemas na vida real por causa de posts ingênuos na vida digital.
Recentemente, Alberto Azevedo, DJ e empresário, conhecido como Bebeto Le Garfs, foi deportado da Austrália depois que agentes vasculharam o seu perfil do Twitter e descobriram que ele ia tocar em uma festa em Sidney. Um post do DJ que falava sobre sua primeira balada na cidade foi usado como prova de que ele iria trabalhar na cidade. "Deram falta da carteirinha de vacinação de febre amarela. Um oficial começou a fazer perguntas sobre a minha estadia e eu disse que estava de férias, então ele falou que meu Twitter e Facebook diziam o contrário", lembra Bebeto.
Outro caso recente que mostra o perigo de ter informações postadas nas redes sociais aconteceu no norte da Bélgica. Autoridades da região aceitaram uma diálogo mantido por dois estudantes no Facebook como prova de fraude em um exame universitário. Essa foi a primeira vez que uma conversa realizada por meio de uma rede social foi considerada válida. Em Rhode Island, nos Estados Unidos, também ocorreu algo parecido. Um homem pegou quatro anos de prisão por bigamia depois que sua ex-esposa, que ainda não tinha concedido o divórcio, achou fotos da nova família do ex-marido na rede social.
A coleta de informações por meio de sites de relacionamento tem se tornado comum. Isso porque, segundo José Mariano de Araújo Filho, delegado especializado em crimes digitais, órgãos privados e públicos têm se beneficiado de informações publicadas em sites, blogs e redes sociais por serem de fácil acesso. "Toda informação pública disponível pode ser utilizada, somente os dados privados precisam de autorização judicial para serem pesquisados", explica o delegado.
E agora que o Projeto de Lei sobre crimes digitais do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), apresentado em 2005, está tramitando novamente na Câmara dos Deputados, as regras no mundo virtual podem se tornar ainda mais rígidas para internautas, pois uma das leis sugere que os provedores armazenem por até três anos as informações de conexão dos usuários. Dessa forma, o projeto tem recebido duras críticas e já até ganhou uma petição online e abaixo-assinado com milhares de assinaturas de pessoas que acreditam que as novas leis vão acabar com a privacidade e liberdade de expressão na internet.
Apesar da polêmica gerada pelo Projeto de Azeredo, o delegado José Mariano concorda com alguns pontos da lei e acredita que é importante que existam regras para crimes digitais no Brasil. "Aqui, na maioria dos casos, os crimes são baseados no código penal de 1940, ou seja, é muito antigo e inadequado. Isso faz com que as penas para estes tipos de crimes sejam muito brandas ou nem existam", explica. Ainda há muita discussão sobre o assunto, mas Mariano diz que, no caso de Bebeto, a imigração usou uma tática lícita, pois o empresário se expôs em uma rede pública. "Se ele tivesse trocado mensagens privadas pelo Facebook seria outra história", conclui.
Depois de perder o visto de turista para entrar na Austrália, ter passado a noite no centro de detenção e ainda ter pagado R$ 2 mil para comprar a passagem de volta para São Paulo, Bebeto diz que aprendeu a lição: "Estava viajando para encontrar uns amigos mas, por ser DJ, não recusei o convite para tocar em uma festa. Agora aprendi, meu Twitter vai passar a ser privado".
Fonte: Olhar Digital
Com as informações pessoais cada vez mais expostas, internautas têm enfrentado problemas na vida real por causa de posts ingênuos na vida digital.
Recentemente, Alberto Azevedo, DJ e empresário, conhecido como Bebeto Le Garfs, foi deportado da Austrália depois que agentes vasculharam o seu perfil do Twitter e descobriram que ele ia tocar em uma festa em Sidney. Um post do DJ que falava sobre sua primeira balada na cidade foi usado como prova de que ele iria trabalhar na cidade. "Deram falta da carteirinha de vacinação de febre amarela. Um oficial começou a fazer perguntas sobre a minha estadia e eu disse que estava de férias, então ele falou que meu Twitter e Facebook diziam o contrário", lembra Bebeto.
Outro caso recente que mostra o perigo de ter informações postadas nas redes sociais aconteceu no norte da Bélgica. Autoridades da região aceitaram uma diálogo mantido por dois estudantes no Facebook como prova de fraude em um exame universitário. Essa foi a primeira vez que uma conversa realizada por meio de uma rede social foi considerada válida. Em Rhode Island, nos Estados Unidos, também ocorreu algo parecido. Um homem pegou quatro anos de prisão por bigamia depois que sua ex-esposa, que ainda não tinha concedido o divórcio, achou fotos da nova família do ex-marido na rede social.
A coleta de informações por meio de sites de relacionamento tem se tornado comum. Isso porque, segundo José Mariano de Araújo Filho, delegado especializado em crimes digitais, órgãos privados e públicos têm se beneficiado de informações publicadas em sites, blogs e redes sociais por serem de fácil acesso. "Toda informação pública disponível pode ser utilizada, somente os dados privados precisam de autorização judicial para serem pesquisados", explica o delegado.
E agora que o Projeto de Lei sobre crimes digitais do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), apresentado em 2005, está tramitando novamente na Câmara dos Deputados, as regras no mundo virtual podem se tornar ainda mais rígidas para internautas, pois uma das leis sugere que os provedores armazenem por até três anos as informações de conexão dos usuários. Dessa forma, o projeto tem recebido duras críticas e já até ganhou uma petição online e abaixo-assinado com milhares de assinaturas de pessoas que acreditam que as novas leis vão acabar com a privacidade e liberdade de expressão na internet.
Apesar da polêmica gerada pelo Projeto de Azeredo, o delegado José Mariano concorda com alguns pontos da lei e acredita que é importante que existam regras para crimes digitais no Brasil. "Aqui, na maioria dos casos, os crimes são baseados no código penal de 1940, ou seja, é muito antigo e inadequado. Isso faz com que as penas para estes tipos de crimes sejam muito brandas ou nem existam", explica. Ainda há muita discussão sobre o assunto, mas Mariano diz que, no caso de Bebeto, a imigração usou uma tática lícita, pois o empresário se expôs em uma rede pública. "Se ele tivesse trocado mensagens privadas pelo Facebook seria outra história", conclui.
Depois de perder o visto de turista para entrar na Austrália, ter passado a noite no centro de detenção e ainda ter pagado R$ 2 mil para comprar a passagem de volta para São Paulo, Bebeto diz que aprendeu a lição: "Estava viajando para encontrar uns amigos mas, por ser DJ, não recusei o convite para tocar em uma festa. Agora aprendi, meu Twitter vai passar a ser privado".
Fonte: Olhar Digital