Lembro-me da minha infância lá em Pirapetinga, Minas Gerais. Todos os domingos era sagrado. Eu e meus dois irmãos, querendo ou não (estava mais para o não) tínhamos que nos arrumar, pegar um ônibus que levava uma hora de viagem (geralmente atrasava), numa estrada de chão batido até chegarmos à cidade de Santo Antonio de Pádua para participarmos da Escola Bíblica Dominical da Primeira Igreja de Santo Antonio de Pádua.
Esta era a missão dada por Deus à minha mãe até 1970. Depois nos mudamos para São Gonçalo e a missão seria pegar dois ônibus até chegarmos à Igreja Batista 22 de Novembro, em Niterói.
Quando penso naqueles tempos agradeço a Deus pelo sacrifício que minha mãe fez. Hoje com quase 90 anos pode afirmar, com certeza, que a sua parte foi feita para encaminhar os filhos nas sendas do Evangelho.Esta era a missão dada por Deus à minha mãe até 1970. Depois nos mudamos para São Gonçalo e a missão seria pegar dois ônibus até chegarmos à Igreja Batista 22 de Novembro, em Niterói.
Por que essas lembranças? Para introduzir um tema que muito tem me preocupado nos dias de hoje.
Tenho observado muitos pais ocupados e cansados demais para acordarem mais cedo no domingo a fim de levarem seus pequeninos à Escola Bíblica Dominical.
Hoje, não somente o homem (pai), mas também a mulher (mãe) trabalham fora para ganharem o valor necessário para chegar o fim do mês com dinheiro para pagar as contas que chegam implacavelmente nos dias estipulados.
Por outro lado, não somente trabalham, em alguns casos ainda estudam. É aquela MBA que precisa ser concluída. Aquele curso de graduação que tanto almeja.
As empresas, por sua vez, sugam cada vez de seus funcionários. A competição é grande e tudo deve ser feito para não receber aquele comunicado de despensa.
Trabalhar, estudar e ser um bom funcionário não é pecado, nem condenável. Mas a realidade, nua e crua, é que quando chega o domingo, os pais estão cansados demais para levarem seus filhos à EBD.
O que temos visto, em muitas famílias, é uma geração de meninos e meninas que estão sendo criados sem o salutar hábito de freqüentar a Escola Bíblica Dominical.
Recentemente conversando com um pai que se enquadra neste perfil foi me dito que a igreja, da cidade onde mora, não oferece condições adequadas para seus filhos aprenderem alguma coisa.
Tudo bem que a liderança da EBD e a própria igreja devem estar atentos quanto ao espaço físico e oferecerem capacitação contínua aos professores, mas até a década de 80 não havia muita preocupação em relação a estes itens. Quantos homens e mulheres de Deus foram forjados em seu caráter cristão debaixo de uma árvore ou em salas inadequadas e professores cristãos que nunca participaram de um curso de capacitação?
É hora de orar pelos pais que estão tendo a grande responsabilidade de criarem uma nova geração de crentes.
É hora dos avós orarem pelos filhos e netos para que valorizem a história e abençoada Escola Bíblica Dominical.
É hora dos pastores alertarem as famílias acerca desta preocupação e exortarem, em amor, esses pais desavisados e cansados demais.
Caso contrário, num curto espaço de tempo, as salas que hoje são usadas para EBD terão outro destino e veremos o que se vê em muitas cidades americanas e européias: templos evangélicos que outrora testemunharam avivamento através da EBD e hoje são utilizados para outros fins.
Que Deus nos poupe deste futuro sombrio.