Obesidade infantil

O elevado índice de obesidade entre as crianças tem levado especialistas em nutrição a realizar estudos para determinar que fatores têm contribuído para essa doença infantil e conscientizar e orientar os pais (e as próprias crianças) no sentido de adotarem uma alimentação mais equilibrada e saudável, evitando problemas futuros.
Os estudos revelaram que o excesso de peso é devido principalmente a dois fatores: um inapropriado e excessivo consumo de alimentos industriais, ricos em gorduras saturadas, gorduras trans e carboidratos simples, em fast-food, e a falta de exercícios físicos.

Em um artigo publicado em 2004, nutricionistas da Universidade de Washington revelaram as conclusões alarmantes de sua pesquisa: em um grupo de 101 crianças, entre 8 e 19 anos, as meninas que comiam fast-food duas ou mais vezes por semana apresentaram maior elevação do IMC (Índice de Massa Corporal) ao longo do tempo.

Essa descoberta foi encarada com preocupação, por causa do aumento exacerbado do consumo de fast-food entre 1977 e 1996, com mudanças drásticas nos hábitos alimentares da população — o que explica, em parte, o crescimento da obesidade infantil.

Com base nesses dados, muitos pesquisadores preocuparam-se em avaliar a composição nutricional desses alimentos, para saber que componente estava mais associado ao desenvolvimento da obesidade. Algumas evidências científicas revelaram a grande afinidade entre o aumento do consumo de alimentos ricos em gordura e a obesidade ao longo dos anos. Contudo, constatou-se que o grande consumo de gorduras está mais associado a doenças cardíacas do que à obesidade.

Outros estudiosos pesquisaram o comportamento alimentar, e constataram a redução do consumo de gorduras saturadas e de colesterol entre 1970 e 2004, concluindo que a elevação da taxa de obesidade infantil estava mais associada ao aumento do consumo de carboidratos simples, com rápida absorção pelo organismo, como os refrigerantes, pães, bolos, biscoitos recheados, as balas e os doces em geral. Os refrigerantes se revelaram os maiores vilões por serem os mais consumidos especialmente por crianças.

J. James, P. Thomas e outros pesquisadores propuseram um programa educacional escolar com crianças de 7 a 11 anos, diminuindo o consumo semanal de refrigerantes e sucos industrializados por 12 meses. A redução semanal para 0,6 copos (250 ml) representou uma baixa de 0,2% do sobrepeso e da obesidade. No entanto, as crianças que não participaram do programa tiveram um aumento de 7,5% do peso.

Essas conclusões são importantes para orientarmos os pais a controlarem a qualidade e a quantidade dos alimentos ingeridos pelos filhos em casa, uma vez que os hábitos alimentares deles são formados no seio da família. Deve-se evitar o consumo de tortas, batatas-fritas, refrigerantes e sucos industrializados em casa e na escola, incentivando o consumo de sucos naturais, frutas e verduras.

Em outras palavras, a educação alimentar, a prática de exercícios e um repouso adequado são fatores que contribuem para um estilo de vida saudável, que é uma das principais ferramentas no combate à obesidade e a outros problemas relacionados à saúde.

Para mais informações, acesse: www.fisiologiadoexercicio.blogspot.com.

Anderson Luiz é doutorando em Ciências Fisiológicas, mestre em Educação Física, pós-graduado em Ciência do Desempenho Humano em Academia e professor de Nutrição Esportiva e Fisiologia do Exercício na UFRRJ


Artigo: http://www.mulhervitoriosa.com.br
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